A minha carta que considero reflexiva seria de quando estava na 1 serie, e meu cabelo sempre foi cacheado, me recordo quando minha mãe me levava a escola, e todos a olhavam, desvalorizando nossa cultura enquanto neta e filha de negro, isso ainda tenho como algo intrínseco e por isso, que hoje luto pelos meus antepassados.
Jéssica Iancoski
Pelo pouco que sei de infância, percebo a sua pureza, e a sua imaginação. Uma criança não tem medo de se expressar, ela grita, dança e pula, sem se importar com que os outros pensam sobre ela. A criança é muito livre em suas reações, raramente irá ocultar o que realmente sente. Por isso, temos tanto a aprender com elas, e ao educar, devemos compreender a integridade da criança.

Alice Ruiz
Sou recém formada na área de educação e ainda não assumi uma turma. Minha experiência com a linguagem se dar através dos estágios na educação infantil e ensino fundamental.
Na época do meu estágio pude perceber como é latente as múltiplas linguagens das crianças, a maneira como elas conversam entre si a forma de negociar a troca por exemplo o lugar da fila, é sensacional.
Observando ás crianças eu ficava encantada o modo como demonstravam carinho por mim através de desenhos me contavam como foi o dia em casa e quem eram seus pais, eu percebia nelas um desejo de se comunicarem e fazer que me sentisse parte da vida delas.
A momento em que eu mais gostava era a hora da história, ali eu via e sentia a necessidade que eles tinham de se expressar falando, gritando e movimentando o corpo. Aprendi muito com esses momentos de interação.
Hilda Hilst
Prezadas, Heloisa e Mariana, ainda não atuo na educação infantil e confesso que anseio muito por esse momento, pois tenho muito a aprender com essas crianças na prática. Como vim de família grande e humilde, confesso que estou um pouco desapontada de não rememorar algum momento especial de minha infância com a linguagem. A maternidade foi o que despertou em mim a real necessidade de estabelecer e aprender uma linguagem da qual eu desconhecia, me fez perceber as várias linguagens corporais, visuais e sinestésicas que um bebê e uma criança pequena demonstram pois ainda não dominam a oralidade e muito menos a escrita. É um lindo processo de construção a longo prazo e carece de paciência, tolerância, criatividade, disposição física e mental e muito amor, afinal a linguagem materna é algo tão forte que te desloca para outro nível da sua vida, de muita doação muita entrega, aprendi linguagem de pediatra, de parquinho, de festinha infantil, de nutrição infantil, aprendi a confeitar bolos incríveis, aprendi tudo sobre medicamentos, sobre vacinas, sobre viroses, sobre adaptação escolar, sobre historinhas de fadas e de heróis, sobre calendários pedagógicos, fantasias, músicas, desenhos animados, além de reaprender conteúdos escolares de que não via há anos, acho que só agora aprendi matemática básica de verdade! Enfim são tantos aprendizados tantas linguagens e ainda continuo aprendendo, agora estou aprendendo a linguagem adolescente das gírias e das poucas letras, confesso que essa tem sido a mais complexa! Espero em breve poder compartilhar, conhecer e aprender muitas linguagens com meus alunos da educação infantil.
Zilda Arns
Nunca trabalhei com crianças, mas tenho convívio com algumas. Pra falar com as crianças, costumo muito usar a linguagem corporal. É bem legal a forma como os movimentos atraem a atenção e faz com que elas se interessem muito mais pelo assunto. Ah, e aprendi que, pelo menos as minhas crianças, não gostam que se dirijam a elas com voz de bebê ahahahah você precisa tratá-las de igual pra igual (com limites, claro ahhaahha). Ai ai...

Tarsila do Amaral
Uma linguagem que precisei me apropriar muito bem foi a corporal. Através desta trabalhava com as crianças diversas atividades, inclusive contação de histórias, que precisava muito de uma "incrementação especial", através dos gestos, expressões faciais e até o movimento dos olhos, além de ser um momento que as crianças adoravam, elas também acabavam absorvendo este tipo de linguagem e depois reproduzindo com os amiguinhos.
Bertha Lutz
Estudei numa escola que me estimulou em diversas areas do conhecimento. Lá pude ler bastante, brincar, cantar etc. Porém, acredito que algo passou sem ter sido explorado o suficiente. Hoje, atuando na educação percebo o quanto é importante estimular As crianças para que se desenvolvam integralmente. Por exemplo, ainda tenho dificuldades em desenhar. Então, aprecio toda obra que meus alunos fazem. Estimulo a explorarem as cores e as formas.
Maria da Conceição de Almeida
Olá! Espero que todos estejam bem! Um dos maiores desafios na minha prática pedagógica foi estimular o hábito e o prazer de ler. Ao propor uma atividade de leitura notava que os alunos demostravam total desinteresse em relação aos textos propostos. Para mudar esse quadro comecei a incluir peças teatrais envolvendo elementos familiares do cotidiano deles, atividades lúdicas, jornais etc. Ou seja, aumentei o repertório de linguagens para alcançar o meu objetivo. Para minha surpresa, eles passaram a participar ativamente das tarefas contribuindo com seus relatos de experiências pessoais Prezadas , aqui me despeço com o coração alegre de ter contribuído de alguma forma para o desenvolvimento de cada um dos meus lindos alunos. Atenciosamente, Maria Bethânia
Boa noite ! Prezadas mediadoras, ainda não exerço à docência por não ter concluído a faculdade. No entanto quando criança possuía algumas linguagens que considero que deveria voltar a me apropriar agora como adulta. A linguagem de artes manuais e artesanais e uma que tinha quando era adolescente era a linguagem musical. Devido as adversidades , da vida não consegui mais fazer.
Graziela Maciel Barroso
Curitiba, 27 de setembro de 2020. Prezadas Heloisa e Mariana Pensar a atuação em educação infantil é penar nos desafios que as diferentes linguagens nos trazem. A presença da multiplicidade de linguagens e a consciência da sua importância me fazem refletir sobre o acolhimento que devemos ter om as crianças, com sua forma de se expressar e buscar sentido no mundo. Penso que um dos grandes desafios em meu percurso profissional foi, e ainda é, compreender o quanto o espaço e a sua organização se constituem uma forma potente de comunicação com as crianças. A linguagem que o espaço “fala” é direta e as vezes muito mais “fácil” de ser ouvida do que nossa própria voz. Sempre busco refletir sobre o espaço e sobre os mínimos detalhes que nele estão presentes. Não é uma tarefa fácil, mas um exercício de desnaturalizar o olhar e perceber que é preciso refletir sobre tudo: sobre a organização do mobiliário, sobre a escolha deste ou aquele material, sobre a forma como eles estão dispostos, e muitas outras coisas. Pensar que o local que habito com as crianças é uma forma de comunicar minhas intenções mudou minha forma de ser professora profundamente. Com carinho, Maria Quitéria
Didática, metodologia. Como era difícil entender essas duas palavras sem o conhecimento com a teoria. Mas hoje com a formação sei a importância e o valor de cada uma delas, e como as crianças são sujeitos em nossas vidas! 
Adélia Prado
Rio de Janeiro, 29 de setembro de 2020. Ainda não atuo na Ed.Infantil, porém me lembro o quanto usava a imaginação na infância. Desde pequena sempre fui mais de sonhar do que falar, por isso, considero a imaginação e a criatividade o meu forte! Hoje, como adulta tenho a necessidade da linguagem do falar e da escrita devido as questões profissionais e até mesmo de socialização, dessa forma, aos poucos eu vou conseguindo!
Marisa Monte
O meu ingresso na Educação Infantil, que seu também num momento reflexivo pessoal, me fez mudar de perspectiva frente a maneira de enxergar o mundo, a vida e as pessoas. Na Educação Infantil, aprendi a desacelerar, a ver as pequenas coisas com mais admiração. Aprendi que uma árvore tem muita coisa para ser observada. O trabalho com crianças pequenas me impulsionou a ampliar meus horizontes. Coisas lindas ao nossos olhos podem ser construídas com materiais que nem imaginávamos. Momentos agradáveis são conquistados com um simples olhar. O coração fica quentinho com pequenos momentos. Aprendi a me manter no tempo presente e observar mais o meu redor. Coisas que as crianças nos ensinam. Com carinho, Maria Tomásia Figueira Lima.
Minha carta sobre as linguagens Quando criança era muito calada, era a sexta de sete filhos, quatro já crescidos trabalhando restava no dia a dia os três menores. Minha irmã mais nova sempre muito comunicativa, falava pelos cotovelos. Aos seis anos aprendi a ler e escrever com minha irmã mais velha, não tinha o costume de desenhar, brincar de escolinha, nossas brincadeiras eram na rua, correndo, dançando, com muitas crianças e isso foi muito bom para minha infância. Após completar sete anos fui para a escola na primeira serie, não fiz o jardim de infância como falavam na época, pois não tinha vaga para todos e por essa razão fui alfabetizada informalmente pela minha irmã. Conseguir acompanhar as atividades da escola sem dificuldades, para mim e minha família o jardim não tinha feito falta no meu desenvolvimento e assim cresci acreditando. Até ingressar na faculdade de pedagogia; eu já dava aula de reforço para crianças de primeiro ao quinto ano, elas chegavam com as dificuldades da escola e eu “depositava” meus conhecimentos, mas, sentia que faltava alguma coisa, precisava de uma formação para continuar com meu trabalho. Então fui percebendo que apesar das dificuldades daquelas crianças poderia haver uma maneira da minha aula ser mais divertida. Sendo assim, na FFP nas disciplinas de ludicidade, alfabetização e educação infantil me deram oportunidade de criar maneiras para deixar minhas aulas mais legais, antes, tinha a ideia que a criança precisava só de conteúdo a partir do primeiro ano, pois, os pais ficavam satisfeitos com o desempenho dos filhos, mas, algo me incomodava. Com isso, conseguir fazer um curso de extensão com a professora Bruna nas férias de janeiro no ano de 2019. Como eu sofri, não tinha criatividade, pensava, mas, não sabia colocar em prática meus pensamentos, com muito esforço, seguindo dicas do coletivo, conseguir expor meus sentimentos através das brincadeiras, leituras, observações, enfim todas as atividades foram perfeitas para minha reflexão. Concluir que o brincar o estar com outras crianças no jardim de infância me fez muita falta sim. Hoje corro contra o tempo, tudo relacionado à infância, à educação infantil me chama a atenção, as literaturas, as brincadeiras, o desenhar, e tudo isso vou colocando em prática com minha netinha Sophia. Continuo dando aula de reforço e sei que minhas aulas hoje estão bem melhor, separo alguns minutos finais para conversar com meus alunos, peço que eles façam desenhos, leio literaturas diferentes nas aulas de português, uso tangram nas aulas de matemática. E na sexta feira fazemos jogos, até xadrez aprendi a jogar para tonar nossas aulas mais lúdicas. E eles amam vir às aulas na sexta feira, nunca faltam. Portanto, muitas foram às linguagens que eu precisei desconstruir para construir a linguagem do brincar para a educação, não só a educação infantil, mas a educação como um todo, pois, educar é aprender, é sentir prazer, e dá prazer. 
Ana Pimentel
Como tenho muitos anos na Educação infantil, cada ano que passa aprendo mais com as diferentes linguagens que são somadas e adquiridas como símbolo cultural de cada um. O que trás de suas vivências sociais e assim aprendendo cada dia mais.
Carmen Portinho
Este encontro me lembrou de quando atuei na educação infantil onde me apropriei da linguagem corporal, oral e escrita com mais afinco pois as crianças costumam imitar seus professores quando chegam em casa e até mesmo com os coleguinhas em sala. Foi em uma reunião de pais que um deles comentou que seu filho repetia tudo que se passava na escola ora com eles, ora com os irmãos e até mesmo sozinho. Então percebi que minha postura como educador tinha que ser diferenciada, o modelo rígido e autoritário tinha que dar lugar a um ser mais atencioso e cuidadoso em gestos, palavras e ações, pois as crianças estão antenadas em tudo e nós somos modelos que muitas tem como exemplos a ser seguidos, marcamos a vida dos pequenos com as histórias que contamos e com os momentos que passamos juntos. A minha passagem pela Educação Infantil mudou minha vida e tenho certeza que muitos deles foram transformados em pessoas maravilhosas. Um abraço,
Daiane dos Santos.
Rio de Janeiro, 05 de Outubro de 2020 Prezadas Heloísa e Mariana, Levei um tempo para processar e escrever sobre este assunto. Tive dificuldade. Mas estive lembrando do quanto precisei aprender a ser um pouco mais sensível e atenta à leitura corporal para melhor me comunicar com meu aluno do 4º ano, a quem eu assistia mais de perto numa escola, atuando com educação especial. Ainda sou estudante, então meu trabalho era auxiliá-lo em seus processos de aprendizado, bem como no apoio à sua coordenação motora e locomoção, devido a sua condição. As linguagens falada e escrita não eram ainda dominadas pelo Bentinho (nome fictício). Ele se expressava muito por meio de palavras-chave e gestos. Além disso, por ele ser aversivo às suas atividades escolares formais, e tendo eu de realizá-las a despeito disso (precisava cumprir o PEI proposto pela professora), tentei inserir nesse trabalho imagens de elementos que o interessavam, jogos, livros infantis e outros materiais de apoio a fim de atraí-lo. Nem sempre deu certo. Ele se interessava por pouca coisa. Mas trabalhamos com tentativas, não é mesmo? Eu ainda como estudante e com conhecimentos muito incipientes, tentava realizar suas atividades, mas nesse meio tempo, precisei muito aprender a reconhecer e respeitar seus momentos, por meio de sua linguagem corporal, uma vez que nem sempre Bentinho estava animado para o dia na escola. Por vezes chegava exausto de passar a manhã em sessões de psicopedagogia, fonoaudiologia, musicoterapia etc. Dormia debruçado no meu colo. Nesse sentido, fazer uma leitura acerca de como ele estava foi muito importante para não “forçar a barra”. E foi preciso desenvolver sensibilidade para captar os melhores momentos para dadas atividades. Pensando sobre essas vivências e no que estudamos neste 5º encontro, dentre as diferentes linguagens possíveis, a leitura da linguagem corporal foi a que eu mais precisei desenvolver no período em que trabalhei com Bentinho. Entendê-lo em seus gestos, olhares e posturas era crucial para nossa comunicação. Contudo, acredito que a sensibilidade de captar essas sutilezas, ou qual a linguagem predominante num dado contexto, requer prática e pode variar de pessoa para pessoa, de aluno para aluno ou de turma para turma. Assim, acredito que o aprendizado das linguagens estará sempre em constante movimento. Elisa Lucinda
São Gonçalo, 05 de outubro de 2020. Prezados amigos do Colei, Estou amando este grupo de estudo e os textos escolhidos bem como as atividades, esta de hoje me pergunta sobre linguagem. Bom sempre fui tagarela em casa, porém na escola era bem quieta e atenta. Já mencionei em meu caderno de campo o quanto admirava e observava a minha primeira professora a ponto de copiá-la em relação as belas unhas, o jeito de dar aulas e de escrever. Você pode até estar perguntando o que isso tem a ver com a linguagem? Eu digo tudo e mais um pouco, é que para nós alunos ter uma referência é estimulante, criativo e importante para o crescimento intelectual. E o que me fez lembrar este encontro? Minha passagem na pré-escola. Quando trabalhei com a educação infantil os alunos passaram a brincar em casa de professor(a), recordei com alegria do momento em que numa reunião de pais fiquei sabendo que os alunos reviviam os momentos que passavam na escola com seus irmão e colegas de brincadeira em casa, foi aí que passei a ter mais cuidado com o que dizia e com os gestos pois toda linguagem corporal, oral e gestual estava sendo por eles observados, ou seja, eles ressignificavam tudo com a linguagem verbal, se desenvolviam e ampliavam sua visão de mundo no processo interativo com seus irmãos com seus pais. Hoje vi o quanto deixamos passar estes momentos na escola quando não estamos preparados adequadamente para ampliar a construção intelectual e social no espaço da educação infantil. Toda esta produção se faz necessário para que as crianças possam se desenvolver, criar, recriar e colocar- se na sociedade como sujeitos que produzem cultura. Trabalhar na educação infantil não foi fácil, me deixava exausta no fim do dia, mas o que não posso negar jamais é que foi uma experiência encantadora e amorosa. Com muita saudade me despeço, Um abraço virtual e obrigada por mais este encontro, Daiane dos Santos.
Vim contar um pouco sobre a minha experiência com a educação infantil, embora eu trabalhe na educação infantil com ensino da língua inglesa, vou contar-lhe um pouco sobre minha experiência com a educação infantil. Além do trabalho como professora de inglês eu também atuei e atuo dando aula de dança para as crianças, e posso dizer que é o lugar onde eu mais tive troca, não que durante as aulas de inglês eles não interagissem, muito pelo contrário, as crianças possuem um poder de assimilação muito rápido, mas na dança a troca era assim posso dizer ''mágica''. Primeiro porque o ballet era a válvula de escape deles, segundo porque era o ambiente onde elas podiam ser personagens, ou seja podiam ser lindas princesas ou bruxas, podiam construir um mundo de possibilidade. Eu aprendi a dizer com o corpo e entender os olhares, os olhares curiosos, espontâneos e criativos, até as crianças mais tímidas, aprendi a linguagem da música e seus ritmos...ver seus olhinhos brilhando, e ouvir as mães contando o quanto elas ficavam falando sobre o que aprendeu na aula é recompensador.
Elisa Frota Pessoa
Ao iniciar o trabalho na educação infantil, um lugar onde as cem linguagens devem ser sempre estimuladas, ouvidas e respeitadas, tive de aprender a ativar todas as manifestações das inteligências múltiplas, para entender cada bebê e cada criança, fazendo da escuta atenta, uma ação cotidiana, mesmo que ela não fosse ainda tão estimulada no discurso, nos documentos norteadores do trabalho: a lógico-matemática, para calcular possibilidades de exploração para objetos que parecem lixo, fora do âmbito pedagógico: quantas descobertas não foram favorecidas com cones de linha, rolos de papel higiênico, garrafas pet? Quantos potes de tamanhos variados ajudaram a compreender dentro, fora, junto, separar, guardar, além de permitirem ouvir a vocalização dos números, das formas, das alturas? A linguagem espacial-visual, se aprimorou, ao pensar nas figuras e texturas que ilustrariam a sala. Quantos espaços não me fizeram pensar e repensar em seus potenciais e riscos, considerando as potencialidades de cada turma? Sobre a linguagem verbo-linguística, penso que ela foi aprimorada, com a leitura de livros variados, com canções populares, com parlendas e quadrinhas, repetidas para que a tradição cultural se perpetue, mantendo nossa memória coletiva viva, permitindo que a cultura seja apropriada e transformada, por meninas, meninos e suas interações. A linguagem da inteligência naturalista foi um enorme desafio pessoal, para uma criança crescida em uma área sem verde, sem parques, mas que as crianças me conduziram, me fizeram perder o medo de insetos, me apresentaram o encantamento de perceber árvores passando pelas estações, de observar o crescimento das flores, de me atentar ao canto dos pássaros, de parar, observando uma borboleta bailando no ar… As linguagens das musical, corporal-sinestésica se unem, e foram também, desenvolvidas com a colaboração dos bebês e crianças, que materializando Paulo Freire e Guimarães Rosa, nas suas ricas e generosas vivências, me mostraram que não há quem seja muito sábio a ponto de nada aprender e que mestres, também podem ser os aprendizes! Finalizo a minha rememoração sobre as inteligências e linguagens, que foram estimuladas ao longo do trabalho na educação infantil, falando sobre a linguagem da comunicação, consigo e com o outro (inteligências intra e interpessoal), não por acaso, mas, por serem essas as linguagens que mais se mostram incompletas, pois, mesmo sabendo escrever, falar e ler as cem linguagens das crianças, sempre cabe aperfeiçoamento, mais aprendizado sobre empatia, sobre escuta, sobre compartilhar as descobertas que se manifestam em olhares de espanto e alegria, em sorrisos, de felicidade ou de alívio, pós desafio, em torno das brincadeiras e das interações que fazem o rico cotidiano da educação infantil. Malaguzzi, as cem existem, e professores precisam estudar como entender e valorizar as cem, permitindo que a comunicação seja cada dia mais rica e que nenhuma das linguagens seja roubada. Obrigada pela inspiração!
Vanessa da Mata
Ao pensar sobre as linguagens e sobre a importância e destreza das que eu tinha na minha infância, realizo um percurso onde algumas parecem ir e vir. Me recordo que durante a infância e parte da minha adolescência escrever carta foi uma constante. Escrevia para amigas e primas. Ao escrever reflito se essa mudança também tem relação com o advento do computador. A linguagem oral sempre foi um recurso muito forte e presente na minha vida, apesar da timidez, o que se tornou uma característica até a fase adulta. Tendo mudado ao me tornar professora. Ao me tornar professora me vi cada vez mais convocada a entender, conhecer, fazer uso. A timidez que foi citada ao falar da linguagem oral, não se faz mais presente nos momentos com os alunos ou seus responsáveis. As cartas, cartões, convites, textos, registros, foram se tornando cada vez mais frequentes e a cada ano me via mais incentivada a estimular as crianças a conhecerem e juntos produzirmos. Entretanto uma das linguagens que admiro, mas que sempre tive dificuldade, é a artística. Durante a minha formação e início de carreira tive a oportunidade de trabalhar em uma escola onde a arte era valorizada, então foi possível iniciar uma aproximação de forma mais prática. Durante esse período de quarentena estou tendo a oportunidade de buscar, assim como na formação do COLEI, outras formações onde eu possa estudar as diferentes linguagens , dentre um de arte-educador. Acredito que como professora irei aprender ou me aprimorar nas diferentes linguagens durante todos o meu caminhar.
Tulipa Ruiz
Prezadas Heloísa e Mariana venho por meio desta contar uma recordação de quando criança. A mais ou menos quando eu tinha uns 7 anos eu estudava em uma rede de ensino estadual tinha uma professora que se chamava Beth , esta inesquecível pois tratava todos os seus alunos com muita ternura e exercia um trabalho maravilhoso . Passaram-se 20 anos e vejo que ela continua a mesma, com ternura na voz , um olhar amoroso, e provavelmente com a consciência tranquila de que exerceu um excelente trabalho. Foi a melhor professora que eu já tive .Me ensinou a ter uma vivência de mundo através de práticas literárias onde era realizada todas segundas-feiras em sala de aula.
Lembro-me que éramos em 43 alunos e essa professora dava conta de todos e conhecia cada um deles, e mesmo com toda a precariedade falta de instrumentos para trabalhar a tia Beth tinha um comprometimento de educar e assim ela o fez! Angela Lago
Queridas colegas do COLEI, a educação infantil está em minha vida desde 2007. Durante este tempo fui estudando, trocando com meus colegas e ganhando experiência. Quando iniciei tinha grande dificuldade em articular a teoria a prática, mas com o passar dos anos fui tentando me aperfeiçoar. O professor necessita estar em constante aprendizagem. Quando falamos em linguagem na educação infantil preciso confessar que sou fascinada pela linguagem oral e escrita. Não estou me referindo a decodificação, mas o processo no qual as crianças levantam hipóteses sobre a leitura e a escrita. Para defender a educação infantil com primeira etapa da educação básica e não como um pré-requisito para a alfabetização, precisei estudar sobre práticas de leitura e escrita na educação infantil. Após estudar compreendi que podemos interpretar e produzir textos na educação infantil, pois mais importante que conhecer letras e características de um texto é saber a função da escrita. Por isso venho buscado ampliar as possibilidades de leitura das minhas crianças, lendo bons textos, escrevendo com as crianças quando surge uma necessidade e principalmente conhecendo as características da faixa etária. Abraços, Adriane Ribeiro Rosa.

Rio de Janeiro, 18 de outubro de 2020 Prezadas coordenadoras, tenho o imenso prazer de compartilhar com vocês a linguagem que precisei me apropriar para trabalhar na educação infantil, esse mundo mágico e tão brilhante cheios de segredos. Precisei voltar no tempo e lembrar de minhas professoras e como elas usavam a linguagem gestual para contação de histórias. Como era mágico aqueles momentos, ficávamos como que anestesiados, envolvidos com o desfeixo da história. Coloquei em prática. Espero que tenham gostado da minha experiência. Att. Marilda Sotomayor
São Gonçalo, 20 de Outubro de 2020 Caras Mariana e Heloísa, Atuo em sala de aula há pouco tempo, trabalhei nos dois primeiros anos com crianças de cinco anos e depois fui para a alfabetização e fiquei lá por alguns períodos, mas o meu maior desafio veio ano passado, quando fui convidada a tirar a licença de uma professora do maternal. Aceitei, sabendo que novos desafios viriam afinal eu só havia trabalhado com crianças bem pequenas no estágio em que fiz na creche na época do curso normal. Nos primeiros dias fui observando os pequenos seres que balbuciavam algumas palavras, mas que os corpos contavam histórias eu precisei desenvolver a interação com as crianças, entender os sinais e os significados, foi preciso compreender a linguagem do corpo para cogitar o que cada criança me falava. Os pequenos observam e atuam no mundo com curiosidade, sem obedecer a padrões, previamente estabelecidos, valorizar a movimentação corporal, não somente como uma necessidade físico-motora do desenvolvimento infantil, mas também como uma capacidade expressiva e intencional. Nós professores precisamos propiciar um meio favorável ao desenvolvimento infantil nos seus diversos domínios a afetividade, a cognição e o movimento, estimular a capacidade de explorar formas, cores, gestos e sons. Sabemos que o brincar é o principal modo de expressão da infância e uma das atitudes mais importantes para que a criança se constitua como sujeito da cultura, explorar o mundo, amplia sua percepção sobre o ambiente e sobre si, organiza o pensamento, além de trabalhar seus afetos e sensibilidades. Nós professores precisamos, estar em constante aprendizado, enriquecer as nossas aulas com propostas que inclua a expressividade dos alunos, sua concepção sobre mundo, tornando-o autônomo em suas ideias. Contudo gostaria de poder voltar no tempo e não perder as minhas cem linguagens de quando criança. Um grande beijo, Helena Kolody.
Maricá, 26 de outubro de 2020 Prezadas Heloísa e Mariana, Hoje conto mais um pouco a vocês sobre a minha trajetória enquanto professora de Educação Infantil. Trabalhar com Educação Infantil é único! Cada grupo, cada idade tem características muito singulares. è um desafio diário de reconstrução do professor. Minha experiência profissional tem sido, na maioria, com a Educação Infantil. Muito do que sei hoje ocorreu através das trocas de experiências que tive com as crianças. Infelizmente, na graduação não recebi orientações sobre o fazer pedagógico com esta faixa etária, meu contato foi com as teorias da aprendizagem sem qualquer ligação com a prática de sala de aula. A partir de então, trabalhar com a Educação Infantil foi muito desafiador. Percebia que as crianças tem uma maneira muito particular de responder às nossas intervenções, seja oral, gestual ou corporalmente. Assim, notava que era preciso descontruir a minha pretensão de receber as respostas como eu desejava e me as entendesse de acordo com as diversas linguagens das crianças. Deste modo, uma mesma pergunta poderia ter uma infinidade de respostas, de acordo com a interpretação de cada criança. Era preciso buscar compreender como as crianças ressignificam suas ações com o meio, através de seu olhar, sua brincadeira, sua fala, seu choro... As formações continuadas foram e ainda são de grande valia para eu poder avançar no conhecimento sobre a criança e a Educação Infantil. Muito ainda tenho a aprender sobre elas e seu modo de compreender a realidade, pois o conhecimento não é estático, ele se modifica a cada dia e isso é bom! É bom porque nos tira da inércia, nos provoca a fazer sempre o que podemos de melhor. Abraços fraternos e até a próxima,                                                                                                     Lygia Bojunga.
Uma linguagem que precisei usar para trabalhar na educação infantil foi a sensibilidade, a empatia, a compreender a fala , o gesto, a ação, o querer do outro. Foi necessário compreender que o meu querer não é prioritário, que a educação, as relações sociais são feitas de trocas, de respeito e carinho. Foi necessário diálogos, conversas, o ouvir e fazer acordos para uma relação mais carinhosa e amigável. Querer entrar numa sala de aula e ditar regras não funcionar, lidamos com sujeitos de direitos e desejos que expressam o tempo todo suas vontades e opiniões, então, colocar-se no lugar do outro e buscar compreender o que ele pensa, sente e quer falar foi necessário. Outra linguagem foi a lúdica que nos aproximou e permitiu uma relação de troca de saberes e descobertas de conhecimentos. O pintar, o desenhar, a atividade de disputa do quem responde certo primeiro veio descontrair as relações. Quando criança eu falava muito através do meu corpo, usava ele para brincar de elástico, pular corda, correr, jogar queimado, andar de patins, sentir o vento e expressar minhas emoções de alegrias até ficar cansada demais de tanto brincar. Foi a minha melhor época. Depois, fui obrigada a prender a me comunicar e expressar os sentimentos n partir da fala, comunicar com o outro. Gosto do contato, do sentir e ajudar, gosto das relações sociais. 
Elis Regina
Eu estou tendo que aprender sobre linguagem digital! Na verdade primeiro passei pela alfabetização e posteriormente letramento digital. Agora estou adequando minha prática cotidiana ( como professora, pesquisadora, estudante e ser social) as linguagens digitais presentes no cotidiano ( pois eu ainda me considero uma imigrante digital rs) porém meus alunos da pré- escola são nativos ( já nasceram dentro do contexto tecnológico).Quando eu era criança, gostava de ouvir músicas em outras línguas, gostava da sonoridade principalmente do idioma espanhol. Me influenciou a fazer o curso de espanhol quando adulta.
Beth Carvalho
Trabalhando com minha turma de primeiro ano aprendi a linguagem do amor, da persistência e da coragem. Eles haviam passado por 5 professoras em menos de 5 meses e eu cheguei em meio a tantas frustações e sonhos... eles não acreditavam mais neles e que seria possível aprender o que tanto queriam. Aprender a ler... foi um momento de muitas descobertas. Juntos conseguimos criar uma relação de parceiros. Por diversas vezes saía da escola sem voz e exausta... Mas não pensava em desistir. Fomos descobrindo um mundo tão maravilhoso e mágico, fizemos brinquedos com materiais recicláveis, criamos quebra cabeça com imagens de animais e seus nomes, falamos sobre família, sobre lugares, com as formas geométricas usamos nossa criatividade para formar figuras de objetos ... Foi incrível!!! Essa turminha que estava desacreditada, em 2 meses já sonhava novamente, pois sem nem perceber já escreviam algumas palavras e frases e liam pequenos textos!!! Foi aí que diante de uma frustação, por não terem sido controlados para irem a bienal, não aceitamos o não. Resolvemos criar a nossa bienal. Enfeitados a sala com palavras bonitas, desenhos, e espalhados diversos livros sobre as mesas e no espaço livre, no centro da sala, coberto por tecidos coloridos nos sentamos, deitamos e e lemos , cada um a sua maneira histórias incríveis!!! Essas crianças na mão eram mais as mesmas!!! Nós conseguimos!!! Nossa linguagem se tornara a do afeto e da gratidão mútua. Como cada um era especial... como me apaixonei por ele é como fico feliz de lembrar de cada sorriso, cada abraço apertado, cada beijo que recibo e retribuí... Essa experiência me tornou professora. Fez com que enxergasse que ensinar vai além do que está escrito. Ensinar está em aprender as linguagens que as crianças nos ensinam dia a dia. 
Cecília Meireles
A educação infantil é muito rica. As linguagens estão presentes em todo os momentos e muitas delas não temos nenhuma habilidade. As crianças são muito visuais e ao perceber isso, tive que me adequar as artes visuais (pintura, colagem, modelagem). Por não ter contato com essa linguagem desde sempre, enfrento muito dificuldade em aceitar meus traços estéticos, porque tenho que lidar com a frustação de não chegar ao perfeito para o meu imaginário. Aprendi com as crianças que todas as minhas produções têm que ter sentido para mim, sem essa obrigatoriedade da perfeição artística. É necessário considerar que as crianças têm suas próprias impressões e ideias, que elas tem suas próprias interpretações sobre o fazer artístico. Elas exploram, sentem, agem, refletem e elaboram sentidos de suas experiências e a partir daí constroem significações sobre como se faz, o que é, e para que serve sua produção. Devemos prestar mais atenção e aprender as lições que as crianças nos ensinam. Tenho a impressão que na infância, temos mais liberdade para experimentar as diferentes linguagens.
Fernanda Young
Muitas são as linguagens resgatadas para o trabalho com a educação infantil. Quando estou com as crianças, perco a timidez e me envolvo! Sempre fui muito tímida. Dançar, por exemplo, é uma linguagem que gosto, mas não costumo por em prática no meu dia-a-dia. No entanto, quando estou com elas dançamos juntos, interpretamos personagens, imitamos vozes, cantamos e nos reinventamos. Estar com as crianças alimenta a eterna criança que habita em mim. Possibilita que experimentemos juntos! Aprendo muito com elas, me divirto e tento resgatar as mais variadas linguagens para fazer dos nossos momentos bons e inesquecíveis encontros. Desenhar também é uma prática que admiro muito apesar dos meus desenhos não serem nada maravilhosos, mas é algo que venho aprimorando e melhorando a partir do meu trabalho na educação infantil além de incentivá-los a fazerem seus próprios desenhos da forma que desejam. Cantar eu amo! Estou longe de ser cantora, mas adoro cantar em qualquer lugar e na presença deles é muito melhor, pois nos sentimos a vontade. Recebemos elogios e nos divertimos sem julgamentos. Enfim, são muitas as linguagens que resgatamos e aprimoramos em nosso trabalho na educação infantil. E essas múltiplas linguagens nos ajudam nas relações, psicomotricidade, afetividade e criação de vínculos. 
Raimunda Putani Yawnawá
Espero que vocês estejam bem e com saúde! Gostei muito desse módulo destinado a linguagem, um conteúdo tão importante e presente na Educação Infantil. Como professora da Educação Infantil continuamente estamos nos apropriando de novas linguagens para interagirmos com nossas crianças. Contudo, no ano passado ao retornar a educação infantil depois de 12 anos afastada deste seguimento, vivenciei uma experiência que me marcou corporalmente. Ao chegar na UMEI que trabalho como professora da sala de recursos encontrei um grupo de crianças que tinham em comum o fato de serem não verbais, elas ainda não falavam, então precisei aprender a ler os gestos, olhares, movimentos e esta experiência me marcou pois percebi que afetamos o outro não apenas com o que dizemos como também com nossos gestos, olhares e movimentos. Desde então venho estudando muito sobre corpo e movimento, linguagem corporal e psicomotricidade, agora olho com outros olhos para aquilo que não foi dito. Fiquem bem e até breve! Um forte abraço!!!!
Mallu Magalhães