Nesta carta, as cursistas foram convidadas a escrever sobre uma linguagem que tiveram que se apropriarem depois que passaram a trabalhar na Educação Infantil. Caso não se recordem/ ou ainda não atuem na educação infantil, poderiam fazer uma carta reflexiva sobre linguagens com as quais elas tinha destreza quando criança ou alguma que se apropriaram quando adulto...

 






No formulário anterior, que mostra as diversas linguagens num relógio, como numa marcação de tempo e rotina, eu comecei a relatar uma linguagem por vez e no sentido horário. No momento em que eu assistia ao vídeo sobre linguagem da Univesp, eu logo me questionei sobre a forma como me coloquei no exercício anterior, e é nesse sentido que vou desenvolver a minha carta. Perceber e conceber a linguagem como se fosse uma grande "colcha de retalhos", que vai sendo costurada na interação das crianças com o professor é o "pulo do gato" na prática da educação infantil. A proposta de trabalho da infância e com a infância passa por essa percepção. É difícil conceber essas novas concepções que nos lançam a um mundo que precisa ser criado e recriado a cada encontro. Em 2016, quando iniciei a minha prática como orientadora escolar numa escola da infância, me deparei com um cenário muito diferente desse que estamos tentando construir aqui, no COLEI! Lembro-me que fiquei muito, mais muito impressionada pela forma como a escola ainda se organizava, pautada em moldes antigos, fechados, paredes vazias, pouca participação (ou quase nenhuma) das crianças e um silêncio avassalador da produção de linguagem. Só então busquei me inspirar e me banhar por uma outra concepção de escola de infância que viesse ao encontro das crianças e de nós, enquanto agentes mediadores dessa nova narrativa. Passei a buscar por essas "CEM" linguagens que nos constituem e que nos fazem ver a escola como uma poesia a ser contada e recontada; criada e recriada; não há receita a ser seguida, mas há como descobrir um caminho trilhado a partir das experiências compartilhadas e uma vontade sempre presente de ir contra o sentido do relógio e de viver as linguagens por outra perspectiva, mesmo quando essa possibilidade nos escape! Sempre vale a pena tentar outra vez...

Amana

Quando criança sempre me apropriei da linguagem artística. Adorava desenhar e fazer colagens, sobreposições com tecidos, penas, tudo que encontrava virava algo. Minhas casinhas de boneca eram de caixas de papelão, copinhos eram de tampinhas de pasta de dente, caixinha de fósforo...Quando me tornei professora acho que me apropriei da linguagem lúdica de falar e perguntar. Uma fala sempre cheia de surpresa sobre o que a criança está contando, sempre demonstrando muito interesse. Também me apaixonei por alguns autores de livro de história, que me ajudaram a pensar sobre minha linguagem, onde ela já se tornou mais investigativa e com propósito levando o pensamento da criança
à reflexões.
Araci,
Petrópolis , 11 de junho de 2021

Araci

Aprendi a dialogar com as crianças. Percebi que ela gostam e precisam ser ouvidas. Também aprendi a ser mais carinhosa e que criança gosta da verdade que a relação de carinho e amizade vai sendo construída aí longo do ano letivo e se torna tão verdadeiro que os ex alunos são carinhosos comigo até hoje e eu também gosto deles.

Iacina
Bom dia, meninas!
Ao refletir sobre os diferentes tipos de linguagem, percebi que a que mais precisei aprimorar após começar a trabalhar na Educação foi a própria linguagem oral, minha fala.
Pois é!!!
Apesar de agitada e levada, sempre fui muito tímida. Então, ao começar a trabalhar, precisei trabalhar bastante essa parte, já que essa é uma das ferramentas mais utilizadas.
Mas, também desenvolvi várias outras linguagens, até mesmo para que pudesse 'substituir' um pouquinho a oral.
A linguagem audiovisual passou a ser uma grande aliada, já que, com a utilização dela conseguia diminuir um pouco da linguagem oral ☺️
Beijos,
Indira
Petrópolis, 16 de junho de 2021.

Indira


Três Rios, 22 de junho de 2021.
Prezadas, Heloisa, Maria José e Mariana!
Que Deus abençoe vocês!
Uma linguagem que precisei apropriar-me quando comecei a trabalhar na Educação, foi a de COMPARTILHAR.
Aprendi, que não sabia tudo, precisei de um olhar diferente, observador e profundo para as crianças. Aprendi a aprender com a sabedoria dos pequenos, linguagens próprias de seres especiais e abençoados por Deus. Infelizmente, no princípio errei muito, achando que somente a minha opinião, meus conhecimentos do magistério bastavam para um bom trabalho, mas, minha primeira turma de Educação Infantil, fez cair por terra, todos os meus aprendizados de quatro anos na Formação de Professores.
Aprendi a lição mais linda que um profissional possa aprender! A Linguagem do COMPARTILHAR.
Compartilhar alegrias, sorrisos, pensamentos, imaginação , sonhos possíveis e impossíveis, amizades verdadeiras e o mais importante de tudo a sabedoria infantil.
Um grande e terno abraço!


Janaína

Durante a minha infância e adolescência não tinha segurança em falar em público, nem mesmo em grupos com cinco ou mais pessoas. Às vezes sentia a garganta doer de vontade de falar, dar a minha opinião ou simplesmente soltar frases boas para os outros rirem, mas a timidez exagerada não deixava. Muitas vezes falei com os olhos ou com a expressão facial e corporal. Uma vez uma pessoa me disse que só de olhar para mim já sabia se eu havia gostado ou concordado com o assunto. Foi dentro de sala de aula que de uma forma tão natural me apropriei da linguagem verbal. Aliás é na sala de aula que me sinto a vontade para falar, explicar, fazer piadas, mesmo que um adulto entre isso não me intimida. Essa abertura me ajudou a falar melhor em público, mas mesmo assim continuo reservada em palavras com determinadas pessoas.

Iandara
A Educação Infantil exige a utilização de múltiplas linguagens, já que a crianças está num momento de adaptação, construção e reconstrução de mundo. Na minha rotina, procuro explorar os diversos tipos de linguagens oportunizando auxiliar no desenvolvimento cognitivo, afetivo e social. Aprecio bastante a contação de história, ( onde procuro levar a criança como se estivesse vivenciando a mesma, refletindo sobre as situações narradas em cada página lida,) além da linguagem audiovisual, também exploro as linguagens por meio das artes visuais , que permitem a criança explorar sua imaginação e pensamento, refletindo sobre os assuntos abordados cotidianamente.
Na minha infância me recordo que gostava bastante de inventar histórias para minhas bonecas.

Surya
Tudo bem com vocês?
Hoje vou escrever sobre formas de linguagem que tive que me apropriar para trabalhar com a Educação Infantil. Precisei aprender que as linguagens são múltiplas. E passei a entender que a arte e o movimento também fazem parte da linguagem .
Antes eu imaginava que linguagem era a forma falada e escrita de se expressar. Deixava meus alunos falarem, escutava , dialogava com eles mas não entendia que os assuntos conversados tinham que se tornar coletivos para ter um significado para toda a classe. Também não entendia que a linguagem era associativa e muitas vezes interrompia as crianças quando conversavam na rodinha de assuntos completamente diferentes do assunto que começamos a tratar. Agora vejo como são importantes estas conversas para a construção da cutura das crianças.
Precisei entender , depois de vários artigos que li, que a arte é um forma de se expressar . Que as produções artísticas utilizando diversos materiais como desenhos, pinturas, esculturas mostram uma linguagem não conceitual , não verbal.
Outra coisa que agora valorizo muito nas minhas aulas são as brincadeiras e os movimentos corporais. Pude observar como as crianças interagem entre si , vivenciam as situações complexas e dão vários sentidos a uma mesma coisa, realizando trocas. A linguagem é criada a todo momento , construída e alterada quando se brinca e quando se dança, se canta, se chora. Consigo proporcionar momentos de troca, construção e expressão da cultura, seja nas rodinhas, nas dramatizações , nos jogos. Aprendi que a escola é um espaço importante para a ampliação de todas as linguagens.
Mas o que eu adoro é conversar com os meus alunos. Eles contam histórias muito legais e eu me divirto muito com isso.
Vou terminando por aqui. Acho que já escrevi muito.
Um abraço


Jaciana
É amplamente sabido que as diferentes formas de linguagem se complementam, fazendo com que seja possível uma comunicação ainda mais efetiva. Ao longo de nossas vidas, temos contato com estas diversas formas de linguagem e fazemos uso de cada uma ou de cada combinação possível de acordo com a situação de comunicação na qual estamos inseridos.
Sempre tive um forte sentimento de valorização pela escuta, pois acredito que aquilo que recebemos na fala do outro é significativo para ele, logo, merece atenção e algum tipo de resposta. Creio que eu possa não estar totalmente certa, mas acredito que este movimento deve ser pautado na afetividade em relação àquele que dialoga conosco e, desta forma, devemos estar sensíveis àquilo que recebemos como informação, especialmente na Educação.
Hoje, atuando na Educação Infantil, percebo que esta interação se dá forma bastante natural, pois a criança pequena é bastante aberta em suas falas e deposita no adulto que lhe escuta, de fato, uma certa certeza que haverá uma resposta à altura da importância daquilo que é dito.
Mas não devemos não refletir aqui sobre estas mesmas necessidade em relação a alunos mais velhos (apesar de o enfoque da Formação ser a Educação Infantil). Na minha prática, sofri muitas críticas quando trabalhei com alunos de 10/11 anos e fazia questão de dar-lhes Voz e Ouvidos; diziam-me que eles se tornariam "abusados", que "confundiriam as coisas e não me respeitariam", mas na verdade, tudo o que consegui me mantendo atenta e responsiva às falas dos alunos, foi sua confiança, proximidade e afeição, que proporcionaram a todos nós, um desenvolvimento (escolar, social e pessoal) muito mais amplo e profundo.
O professor deve reconhecer as diferentes linguagens em sua emissão, recepção e resposta, pois só assim nossas crianças terão a real oportunidade de atuarem como sujeitos sociais que são!

Moara
Penso que falar somente em uma linguagem que precisei me apropriar para trabalhar na/com Educação Infantil não atende meus anseios. A Educação Infantil é um "universo" de indivíduos, ideias, cores, saberes, trocas... Sendo assim, demorei um bom período para compreender que a perfeição ( de minha parte como profissional educador) se faz desnecessária, quando a vontade de compartilhar, de escutar, observar, ressignificar conceitos, perpassa por meus saberes e delas ( crianças ). Procuro com maturidade ( respeito pelas características individuais) incentivar o desenvolvimento dessas múltiplas linguagens com rodas de conversas, músicas, brincadeiras, conto e reconto de histórias, observações em nosso ambiente/espaço..., ou seja, ainda estou/continuarei me apropriando dessas linguagens.

Ayra

O universo infantil é mesmo mágico, felizes daqueles que possuem esse privilégio.
Vivenciar o cotidiano, nos leva a compreensão do quanto a criança tem a nos acrescentar. Apropriar-se desse mundo é crescer em todos os aspectos de nosso ser.
As linguagens... Belas linguagens. Falar de linguagem para muitos é falar de escrita e fala. Mas é muito mais profundo quando se trata da linguagem infantil.
O olhar na borboleta voando, no feijão que está virando plantinha num simples potinho com algodão. Esse olhar... A esse olhar! Nos fala tanto.
A dança cheia de movimentos diferenciados, como um bailar despreocupado. Esse balancê... Como nos fala.
A brincadeira de casinha, a boneca que é filha. Boneca que se acarinha ou em certos momentos não. Ações... Ações nos falam tanto.
Rasgar papel, pintar com mil cores ou até com escuridã0. Pintou de preto? Hummm ... Isso nos fala... E como.
Bateu no amiguinho, brigou com a tia? Nem precisa nos falar... Já escutamos.
Escutamos, palavras literalmente não necessitamos... Nosso coração ouve mais do que qualquer órgão auditivo.
Se você verdadeiramente for educador, seu coração se desenvolve a ouvir. E a prática do cotidiano, nesse mundo mágico que já citei lhe transforma no melhor ouvinte: naquele que interpreta o que um pequenino quer dizer mesmo antes de saber se expressar oralmente ou não compreender como e naquele que se faz feliz quando o burburinho infantil (que muitos ouvem como gritaria desordenada), entram pelo ouvido como a mais bela sinfonia.
Linguagens infantis, um aprendizado constante cujo só quem se dedica de coração está apto a se apropriar. Se abra para esse universo e seu coração irá decifrar muito além do que seus ouvidos possam escutar!

Petrópolis

21 anos dedicados de coração a educação infantil.

Iandra

Petrópolis, 16 de julho de 2021.
Prezadas Heloísa, Maria José e Mariana,
Quando falamos de Educação um mundo de pensamentos nos invade e sem querer o assunto " linguagem" já está lá. Penso em Educação como uma trilha em que a cada dia avançamos um pouco ,para conseguirmos chegar aos objetivos desejados. Refletindo sobre o meu caminho inicial ,sendo uma pessoa tímida e muito observadora, creio que precisei desenvolver primeiramente a linguagem verbal, pois a vergonha tomava conta de mim em diversas situações. Queria me expressar, e não conseguia inicialmente. Mas com persistência e aceitando novos desafios consegui avançar. Posteriormente, precisei também desenvolver a linguagem corporal, utilizando o corpo com gestos expressivos ao cantar, contar histórias, entre outros. Mais um desafio vencido. E como a vida vem lançando novos rumos a cada momento. Creio que estou seguindo a trilha, certa de que ainda muitas coisas diferentes e desafiadoras virão. 29 anos se passaram e ainda estou pronta continuar aprendendo .A timidez ainda existe ,mas a vontade excede a todos os obstáculos.

Yara
Atuo na educação infantil desde 2012, e quando iniciei a minha profissão fiquei encantada com as crianças e pude ver que precisava cantar, onde a música muitas vezes era meu ponto fraco. Comecei a cantar com muita timidez e depois fui me soltando, porque as crianças do infantil gostam muito de música e cantada pela professora.
A música é importante para o desenvolvimento oral da criança e faz também com que ela desenvolva ainda melhor a sua linguagem.
Tive uma aluna na creche com 3 anos que não falava e então desenvolvi um trabalho com atividades voltadas para a música, com o passar dos dias ela começou a falar um pouco enrolado depois foi melhorando a cada dia e sua mãe perguntou qual foi o milagre que fiz, pois sua filha estava falante e em casa cantava o tempo todo. Então disse a ela que foi a música, ela ficou muito feliz e a aluna não precisou de fonoaudiologia. Fiquei muito feliz com o resultado dessa aluna.

Moema
Minha primeira turma de educação infantil foi um berçário, então eu trabalhava muito com músicas e contação de histórias. Durante a contação de histórias para os pequenos, eu gostava que eles interagissem comigo e com a história contada, e usando os livros da creche isso não era muito viável, tinha que tomar cuidado para não estragar e tal... Sem contar que às vezes eu inventava a história de acordo com o que eu queria ensinar. Foi então que comecei a produzir recursos utilizando materiais reciclados. Desta forma as crianças poderiam interagir mais e até participar da produção dos materiais.

Alira
Quando optei por ser professora de Ed. Infantil, permiti aflorar em mim linguagens que acredito, nem ter conhecido na minha infância...tem sido um processo contínuo, já se vão 20 anos.
Precisei me permitir ser mais flexível, mais encantada e encantadora, mais livre, mais artista, mais cantora, que até então, nem de chuveiro era...
Mas, confesso, que precisava desse mundo, desse encantamento, dessa leveza, dessa liberdade de possibilidades...
Precisava da ingenuidade e da esperança dessas crianças para me reinventar, aprender novas linguagens em mim mesma e assim possibilitar experiências potentes para eles, minha inspiração!!
Grande bj, no coração!

Inaiê
A linguagem que mais colabora na minha vida de professora e que eu tive que aprender ao longo do tempo foi a dramatização, a linguagem teatral. Essa linguagem nunca foi fácil para mim, pois sempre tive problemas em me expor e ser um tanto “expansiva”, digamos assim. A interpretação de textos, as falas elaboradas em diálogo com as crianças ficam muito mais prazerosas quando nos divertimos com essas atividades e nem sempre isso foi fácil, mas era tão necessário para a minha profissão que essas tarefas foram se tornando hábito dentro da sala de aula nos momentos de contação de histórias, de interpretações teatrais, dos momentos artísticos com apresentações para os responsáveis e comunidade. Quando a diversão faz parte da aprendizagem tudo fica mais leve e as crianças tendem a se comunicar mais e a imitar os gestuais, falas e dramatizações. Além disso, sinto que com a proximidade que essas atividades trazem para o grupo de crianças elas ficam a vontade para se mostrarem com suas diferenças, quaisquer que sejam. Essas diversidades entre eles agregam para os diálogos e na criatividade que envolve os textos dramatizados. Estou contanto os dias para que possamos dançar, pular e organizar festas e teatros com as crianças na escola novamente.

Iracema
Depois de anos de formada trabalhando no ensino fundamental por diversos anos tive a oportunidade de voltar a trabalhar na educação infantil, onde ainda permaneço. Mudei sim a minha linguagem sendo mais carinhosa, valorizar a escuta do aluno, ser mais flexível com situações do dia a dia. Um olhar de cuidar e educar.

Raíra
uma das linguagens que precisei me apropriar foi da escrita por ter que elaborar atividades, relatórios e artigos dentro da minha especialização.

Thaynara
Com certeza é a linguagem corporal seguida da verbal.

Tainara
A linguagem corporal e a linguagem oral. A última com uma caráter agregador pois a comunicação precisa acontecer e tem que haver clareza e conhecimento.

Jurema
Prezadas, Heloisa, Maria José e Mariana,
como era uma criança tímida, geralmente não gostava de participar de dramatizações, pois sentia que poderia errar e não agradar tanto a quem assistia, como a professora principalmente, no entanto, como tinha um ótima memória, sempre decorava com facilidade, não escapava de vários papéis. Porém, a tensão era muito grande e geralmente não curtia o momento em si.
Quando comecei a trabalhar com a Educação Infantil, esse foi o meu foco, pois sempre acontecem os eventos, apresentações, festas e nestes momentos, muitos alunos apresentam todos os tipos de sentimentos; medo, vergonha, esquecem o que deveria ser feito ou falado, enfim me via neles. Tentando amenizar essas situações, da melhor maneira possível, durante a proposta do que seria feito e nos ensaios, sempre vou observando o que pensei e fazendo as adaptações, ajustes para o jeitinho de cada um, da forma que se sintam bem à vontade. No dia do evento, brincamos muito antes do momento, cantamos e nada de ensaio geral, porque o que está dentro deles, será o que eles terão para apresentar. Tem dado certo!


Potira
Prezadas, Heloísa, Maria José, Mariana e demais membros da equipe do Colei.
Venho por meio desta falar um pouco sobre as linguagens que já possuía na infância e na adolescência e que pude retomar ao ingressa na educação. Costumo dizer que sou uma eterna criança, sempre gostei muito das Artes em geral, desenhar, teatro, dança, entre outras. E ao atuar na Educação Infantil pude voltar a desenhar, a soltar a imaginação e criatividade para elaborar brincadeiras, confeccionar materiais, contar histórias de diferentes maneiras.
Quanto a linguagem que precisei me apropriar depois que passei a trabalhar na educação é difícil mencionar, pois quando se atua com a educação estamos em constante aprendizado, todo dia nos desafiamos e descobrimos sermos capazes de realizar coisas que antes não éramos.
Durante minha infância fui vista como autodidata, mais sempre me considerei muito observadora, com destreza para as artes diversas ( artesanato, desenho, dança, teatro) e para a literatura, escrevi diversa poesias e peças teatrais ainda na adolescência e pude atuar em três peças da minha autoria, graças a uma professora que acreditou e me incentivou. E seguindo esse exemplo que tive não apenas desta professora mais de outras ao longo da minha vida, que busco incentivar meus alunos em todas as habilidades que eles apresentem, pois existem diversas linguagem e nos destacamos em algumas. E a valorização do que você é bom faz uma grande diferença em sua autoestima, principalmente nas crianças dá pra ver no olhar.
Me despeço por hora, e deixo minha gratidão a todos.
Cordialmente Jaci.

Jaci
Prezadas Heloísa, Maria José e Mariana,
Uma prática que eu me lembro de usar é de começar a conversar mais com as crianças, mas isso só passou a acontecer à partir do momento em que eu tive filhos. Deixar a criança que a criança fale dê sua opinião e que ela seja respeitada.
Com essa prática percebemos um grande avança no desenvolvimento das crianças, elas falam melhor, e se socializam melhor.
Um grande abraço.


Kaolin
Como é bom trazer a memória experiências que constituem a minha formação como professora e renovam em mim a esperança.
A minha relação com as crianças sempre foi permeada de um autoritarismo, talvez por ter tido uma criação rígida, onde não havia muito espaço para eu falar e muito menos errar.
Mas ao trabalhar em uma turma de alfabetização, logo vi e senti que esse não era o caminho. Algo que me aproximou afetivamente das crianças foi a música. Uma linguagem que me apropriei a partir do encontro com elas. Uma linguagem que trazia alegria e movimento, que despertava uma sensibilidade provocando um olhar profundo dentro do outro, da outra.
Com a música aprendemos frases, palavras, letras; com a música viajamos por muitos lugares, brincamos de roda , de passa passa galinha arrepiada e começamos a compreender que o outro, a outra é muito importante!!
Entendo que a música foi uma linguagem que despertou em mim o desejo de fazer sempre melhor, de fazer sempre o melhor, de fazer mais. Hoje compreendo que a amorosidade desenvolvida em minha relação foi despertada e estimulada por uma cantoria desafinada mas, muito acolhida nos encontros e desencontros com cada criança.

Muitos beijos carinhosos dessa professora que vive cantando...
"Viver e não ter a vergonha de ser feliz,
Cantar e cantar e cantar, a beleza de ser um eterno aprendiz...

Nina

Quando comecei a trabalhar na ed. Infantil precisei me reinventar, foi uma experiencia nova e a falta de oralidade de algumas crianças que expressavam -se através da expressão corporal e das pinturas, me tiraram completamente o chão.
Pensei que não fosse conseguir, ainda estou aprendendo com elas; as crianças ensinam aos adultos o tempo todo.
Eu não tinha essa dimensão de que as pinturas falam e expressam uma variedade de sentimentos muito grande.

Eno

Acredito que precisei me apropriar de uma linguagem mais simples, menos rebuscada, visto que sempre trabalhei com alunos maiores, então não tinha muita simplicidade na fala para lidar com as crianças pequenas e até realizar interações e brincadeiras, o que sabemos que são os eixos norteadores da educação infantil. E até mesmo jargões, figuras de linguagem que, muitas vezes, usamos e não são compreendidas por eles ainda. Então precisei mudar a minha postura e a minha linguagem adequando ao novo público que estava lidando.

Fayola
o texto me lembrou a um ritual sempre feito nas noite de lua cheia nas férias, quando deitávamos no gramado do jardim e a observação das estrelas era o nosso único objetivo. é claro que com ela vinha recheada de muitas histórias. Assim, a linguagem oral se misturava com a criatividade, imaginação, curiosidade e o conhecimento dos nomes das estrelas e constelações.
Esse ritual meninas mostra um pouco como sou. Alguém que gosta de ouvir o outro, observadora, que gosta de conhecer o novo e se dispões a fantasiar. No trabalho com Educação Infantil é necessário se colocar a disposição das oportunidades e perceber as linguagens que as crianças trazem e necessita.

Mahara