Considero que quando a minha criança estava tentando amarrar seus sapatos, eu ate iria tentar ajuda lá, mas percebi que ela iria conseguir só, então deixei que ela mesmo encarasse aquilo como desafio, A INTERVENÇÃO DO ADULTO-EDUCADOR FOI DESNECESSÁRIO neste caso. Outra situação em que A INTERVENÇÃO DO ADULTO MAIS ATRAPALHOU QUE AJUDOU AS INTERAÇÕES INFANTIS, foi quando a criança pediu um copo de água, e eu ofereci a ela, quando na verdade, ela tinha dentro da sua mochila, uma garrafa com água, e ela me ofereceu, pois ela havia me pedido pra ir beber agua naquele momento e eu não sabia que ela tinha ali pronto com ela na sala uma garrafa rs. No parque por exemplo, a criança cai e se machuca, cabe ao professor dar a melhor assistencia para criança mediando tal conflito, e procurando conversar com os pais de uma forma que os tranquilize.
Jéssica Iancoski
Eu não tenho experiência na educação infantil, mas me recordo de algumas situações bastantes complicadas em minha formação no primeiro segmento do ensino fundamental, onde a professora agia como se os conflitos não existissem, então era uma desordem generalizada em sala de aula.
Alice Ruiz
Não me recordo de muitos conflitos... sempre fui mais na minha. Mas lembro de uma vez que fui "ajudar" uma amiga da época. Acho que estávamos na sexta série. Essa minha amiga L cismou que a outra amiga, a I, queria "roubar" o namorado dela... quando vi que estava chegando perto de um conflito físico, recuei e tentei resolver as coisas. Consegui! Não precisei envolver nenhum adulto.
Tarsila do Amaral
No meu estágio de observação presenciei na atividade de pintura que um grupo de crianças estavam discutindo sobre a cor certa para pintar a árvore do desenho. Algumas queriam pintar de verde enquanto uma queria pintar de outra cor e isso gerou um conflito de ideias. A docente ficou de longe observando sem intervi pois sabia que aquela situação não era necessária sua ação. No final da conversa cada uma pintou a árvore da cor que queria e todas ficaram felizes. Hilda Hilst
Prezadas Mariana e Heloísa, como já sabem ainda não atuo na prática da educação infantil, então resolvi compartilhar uma situação de um conflito escolar na qual passei com minha filha. Ao horário da saída fui buscar como faço diariamente e percebi que ela estava muito vermelha no rosto e no braço, com olhos marejados imediatamente perguntei, ela não queria falar, só queria ir para casa, mas eu não consegui, retornei a escola e disse que não iriamos ir embora ate resolvermos a questão, ela acabou contando...disse que esbarrou sem querer nessa criança na escada ao retornar da educação física que era no último tempo, essa criança que já tinha fama de ser agressiva, entendeu isso como uma agressão e imediatamente revidou de uma forma mais intensa com um soco no braço e um tapa no rosto, imediatamente a outra saiu de perto e foi chorar. Nenhum educador da escola percebeu por ser a última aula somente as outras crianças poderiam nos contar pois viram todo o ocorrido. Imediatamente quando a criança me viu na secretaria da escola ao lado da minha filha com a professora ficou muito nervosa se sentiu intimidade acredito, e começou a gritar conosco apontando a outra como sendo ela que iniciou toda a situação, dizendo que ela a empurrou primeiro. As outras crianças saíram em defesa da minha filha dizendo que não tinha sido intencional, as crianças saem agitadas da aula de educação física para ir embora e o espaço da escada era apertado assim elas disseram . Enfim eu fiquei com pena dessa menina pois a forma que a professora conduziu a situação não foi agradável me explicando que ela vivia com a avó, que a mãe fora embora quando ela era muito pequena e que ela tinha um probleminha de agressividade, mas que não era nada, logo elas iriam esquecer e novamente estariam brincando....elas tinham 10 anos quando foi esse ocorrido, porém nunca esquecemos desse fato, elas resolveram da maneira delas trocando bilhetes na sala na aula seguinte....ela se desculpou pois a avó exigiu e as duas conviveram o resto do ano desconfiadas. Percebo o quanto é difícil essa questão de conflitos , porque essas crianças carregam marcas já desde muito pequenas de seu meio familiar.
Zilda Arns
O comportamento das crianças são coerente ao estágio de desenvolvimento, onde as crianças mais novas se encontram nos momentos das brincadeiras, pois neste momento que iniciam os conflitos. Isso quer dizer que é muito importante o desenvolvimento através de interações entre a relação um com o outro, desejos, sentimentos e pensamentos. As crianças sempre agem na tentativa de satisfazer os seus próprios desejos. Portanto as crianças pequenas, o conflito é visto não como uma discordância de perspectivas com se a vontade do outro se torne um obstáculo para que a criança faça o que desejar. Com isso se faz necessário a presença de um adulto para está meditando a criança em todos os momentos e envolvimentos nas brincadeiras, cuidando de sua socialização.
Adriana Calcanhotto
Conflitos são necessários para compreensão e entendimento da forma de se expressar do eu e do outro, mas as vezes em sala de aula, podemos acabar intervindo antes do que é necessário por receio de acontecer um futuro problema. Desta maneira já interferi em conflitos que na verdade não precisaria, pois os pequenos eram capazes de resolver entre si. Fiquei observando e decidi intervir com medo de algo acontecer.  
Bertha Lutz
Olá mediadoras ;) Eu sempre fui uma criança muito quieta na escola, não recordo de muitos conflitos que tenham ocorrido comigo na educação infantil, no entanto vou relatar um dos poucos que tive. Uma coleguinha tinha o mesmo lápis que eu, e um dia se esqueceu de levar o dela, ela cismou que o meu lápis era o dela. Então a Professora via de longe que brigávamos pelo lápis e pegou o meu lápis e disse que nenhuma das duas usaria. No dia seguinte a menina veio e trouxe seu lápis disse que tinha esquecido no quarto dela. A professora devolveu o meu lápis e não disse nada.
Graziela Maciel Barroso
Lembro-me de uma situação de conflito entre bebês de pouco mais de dois anos. Uma menina estava agredindo recorrentemente aos demais, e ria-se disso. Até que agrediu a uma menina, ao ponto de deixá-la com marca. Ela ria da situação. Como os casos estavam recorrentes, solicitamos ajuda da diretora. A diretora viu as duas meninas e logo soltou: "Mas que meninas tão lindas! Não tem o porquê de brigar" e me sugeriu que pedisse que a menina colocasse gelo e cuidasse da outra. Muito tempo depois, por outra ocasião, tivemos uma reunião com a mãe, para conversarmos sobre a criança e sua irmã gêmea. Ela nos relatou que a irmã sofreu consequências por conta de uma gravidez afetada pelo Zica Vírus. Desde pequena, a mãe redobrou os cuidados com a irmã gêmea, dando-lhe atenção, levando a médicos. Na fala da mãe, a menina foi descrita como uma menina agressiva em casa também, ao ponto da responsável chamá-la de "terrorista". No entanto, cruzando as informações desse relato, me fez concluir que os conflitos por ela gerado, muitas vezes sem motivo aparente, era fruto de uma necessidade de pedir por atenção, carinho. Tão somente fazê-la cuidar da outra menina não era a melhor maneira para compreender a situação. Esse fato me fez compreender a importância de uma investigação maior e a compreensão dos conflitos pela perspectiva das crianças. O olhar sensível também deve passar por esses momentos. Cada situação na Educação Infantil é um aprendizado. Sigamos aprendendo, Maria Tomásia Figueira Lima.
Quando ainda era aluna do ensino fundamental, presenciei algumas brigas na frente do colégio, não lembro o motivo que elas aconteciam. Mas para controlar o transtorno, quem intervalariam eram os colegas de ambos, o professor não entrava no meio para apaziguar, pois a aula já tinha encerrado. No intervalo no recreio uma vez lembro-me de duas garotas se estranhando foi necessário a intervenção da professora, daí o conflito ficou pior, pois teve que levar o caso para a direção, que chamaram as garotas e conversaram com ela, ao terminar de ouvi-las, contatou os responsáveis e advertiram as duas por 3 dias. Foi ruim pois elas perderam conteúdos ministrados nas aulas durante esses 3 dias, mas por outro lado foi bom, pois aprenderam sob a punição, escola é lugar de estudar, não é lugar de atritos, por esse motivo começaram levar mais a serio os estudos.
Adélia Prado
Certo dia presenciei um conflito muito grande sobre uma situação que nos adultos acharíamos normal, ainda mais na Educação infantil. Estavam disputando um galho, perguntei depois de disputarem muito o que fariam com aquilo em seguida propus que demostrasse para o amigo pudesse assistir. Ambos ficaram surpresos. Um fez de carro pelo espaço do parque e o outro desenhou no chão de terra. Diante desse conflito ambas as partes aprenderam muito. Carmen Portinho
Uma certa vez estava eu na sala de aula com meus alunos do maternalzinho cantando e ia iniciar a minha historinha com uma cobrinha que eu fiz de TNT, as crianças amam meus bichinhos (temos o jacaré Jacarão, a Linda, o peixinho inho...) as crianças amaram a cobra sem dente e uma delas me pediu, eu emprestei para ela ver, nisso o outro pegou a cobra também, foi um puxa para lá, puxa para cá, ai eu comecei a fazer som de choro e disse: - aaaa a cobra está chorando- e som de choro . Eles pararam na mesma hora e me deram a cobra, nisso eu deixei a historinha para depois e expliquei que eles poderiam dividir, cada um ficava com uma parte da cobra e assim foi, eles dividiram a cobra e pedi que eles passassem para outros amiguinhos, assim que terminamos o momento da cobra passar de colo em colo, iniciamos a historinha (claro que alguns não queriam tirar do colo e passar pro amigo, mas conseguimos deixar bem claro o valor da divisão). Acredito que nesse caso a intervenção foi necessária e veio com uma lição para as minhas crianças. Mas é claro que sabemos que elas poderiam ter resolvido juntas sem minha intervenção.
Maria Laura Mouzinho Leite Lopes
São Gonçalo, 13 de outubro de 2020. Prezado COLEI Hoje é nosso sétimo encontro e o tema me chamou a atenção, pois, ainda não atuo em sala de aula. No entanto, no estágio supervisionado I tive o prazer de interagir com as crianças da educação infantil. No entanto, a professora era muito autoritária, não permitia que as crianças ficassem andando pela sala sem que ela mandasse, elas ficavam sentadas ao redor da mesa. Só no dia de ir ao parquinho que brincavam de forma livre e essa atividade não acontecia todos os dias. Mesmo assim, com toda essa disciplina os conflitos ocorriam, pois, eram 23 crianças na sala com a professora e a auxiliar, crianças de três anos no maternal ll. Na sala, tinha um garotinho muito lindo que eu me apeguei a ele logo no primeiro dia, pois ele não ficava sentado, estava sempre tomando o lanche das crianças, puxava cabelo das meninas e a maneira da professora resolver o problema era coloca-lo em uma “cadeirinha do pensamento”, ele ficava na cadeirinha a maior parte do tempo. No meu primeiro dia ele chegou até a mim e perguntou meu nome, se eu seria a nova professora, a curiosidade dele despertou uma relação muito boa entre a gente, um amorzinho de criança, e eu respondi a tudo, mas logo a professora falou para ele me deixar quieta e foi logo falando a ficha da criança para mim, na frente de todos. Quando alguma criança chorava, sabia-se logo que ele havia saído do lugar dele, e a professora intervia colocando ele na “cadeirinha do pensamento”. Em todos os dias que eu estive lá ele foi para a cadeira. Ele não era uma criança violenta, só não conseguia ficar sentado, era muito hiperativo e dialogava com todos na sala. A professora permitia que eu participasse das atividades na sala e como eu percebi como era a relação dele com os colegas logo no inicio então eu sentava perto dele e estava sempre brincado ou conversando com ele, pois, ele terminava rápido as atividades que a professora pedia para ele fazer e a massinha não lhe chamava a atenção. A mediação da professora era importante em alguns momentos, pois, as crianças choravam e chamavam pela tia logo que ele criava algum conflito. O espaço na sala era pequeno não tinha muito o que fazer, e os brinquedos só podia pegar quando a professora mandava. As crianças ficavam vendo desenhos e brincado de massinha enquanto a tia fazia atividade com a criança em individual, não era fácil para a outra tia controlar o restante da turma que sem muita opção era obrigada a ficar sentada brincado de massinha a espera de sua fez para fazer a atividade. Portanto, a experiência de conflito na educação infantil foi no estágio, e, eu ficava meio apreensiva com a situação e a maneira de como a professora resolvia a situação.
Ana Pimentel
Vivenciei há pouco tempo uma situação muito difícil que se entendeu durante o ano todo. Havia uma criança na sala que reagia com muita agressividade quando contrariado. Principalmente, quando pedíamos para dividir algum brinquedo. Gostava de ser o centro das atenções e diversas vezes era necessário a intervenção das professoras. Determinado momento as outras crianças se afastaram um pouco dele. Mas ele era muito comunicativo e estava sempre rodeado por elas. Ele cedia um pouco quando alguém propunha para trocar de brinquedo.
Maria da Conceição de Almeida
Prezadas, Mariana e Heloisa, Ainda não tive a oportunidade de vivenciar o trabalho na educação infantil e, refletindo a proposta da carta, não consegui me lembrar de um conflito entre pares de idade, senão um que eu mesma vivi aos 9 anos, na 5ª série. Minha turma havia acabado de retornar do recreio e estava agitada – era uma turma numerosa. A professora ainda não estava em sala e eu entrei em atrito com um colega pois o mesmo pegou meu estojo e não queria devolvê-lo – por implicância/brincadeira mesmo! Fiquei nervosa e gritei para que ele me devolvesse. Foi nessa hora que a professora entrou e, sem perguntar o que havia acontecido, somente quem havia gritado, me colocou para fora da sala. Simples assim. Talvez eu não devesse ter gritado, mas achei bastante injusto a professora me expulsar de sala sem entender o motivo prévio do conflito. Pensando nisso hoje, acho que foi uma bobagem de criança, sem necessidade a de ter tomado aquela proporção. Provavelmente teríamos resolvido sem intervenção, só entrando em acordo mesmo. Não sei. O que eu sei, é que até hoje me lembro com raiva daquela professora. Mas do colega não. (risos) Beijinhos, Elisa Lucinda.
No meu segundo ano como professora do município peguei uma turma de maternal 2 com características bem peculiares. A história tem dois alunos bem particulares. O primeiro chamarei de M. Durante a gestação sua mãe teve complicações e por isso M nasceu com problemas cardíacos, usava sonda para se alimentar e ainda estava desenvolvendo a linguagem oral. Apesar de nunca ter frequentado o ambiente escolar se adaptou muito bem, da mesma forma foi bem recebido por todas as crianças. O outro aluno chamarei de J. Era uma criança que demonstrava ações agressivas, de diversas situações, inclusive nas resoluções de conflitos. Todas as crianças buscavam de alguma forma ajudar M e o que todos mais gostavam de fazer era pendurar ou entregar sua mochila, na hora da saída, mesmo que ele já conseguisse realizar sozinho. Um dia sem nenhum motivo aparente M bateu em J. Tudo foi muito rápido e por achar que conhecia o comportamento de J, já imaginei que o mesmo iria revidar na mesma velocidade. Entretanto, para minha surpresa sua reação foi de espanto e de repreender tentando resolver o ocorrido e me comunicar, para que o ajudasse. Observei que não foi preciso minha interferência pois J disse a M que não era correto e não havia gostado, mas além dele as outras crianças que observaram o ocorrido também ficaram surpresas e aproveitaram para falar sobre as vezes que já haviam apanhado de J. Nesse dia observei as colocações de toda a turma sobre o problema e não me posicionei. Alguns dias depois vi que M voltou a agir de maneira agressiva novamente e somente em relação a J. Foi então que chamei para conversar somente com M. Notei que durante um tempo J mudou suas atitudes, sem que fosse necessário minha interferência.
Tulipa Ruiz
Prezadas coordenadoras, estou muito feliz em participar dessa formação. Tem me proporcionado um leque de conhecimentos e colocarei em prática assim que a pandemia acabar e podermos voltar à sala de aula. Relatar esse fato me machuca até hoje. Eu estava terminando meu tempo e a parceira do segundo tempo estava chegando, quando 2 crianças entraram numa disputa pelo mesmo brinquedo. A minha parceira estava com alguns problemas e explodiu em cima das crianças colocando-as pra fora da sala. Chamei-as e antes de ir embora conversei com elas e o que elas me falaram foi: a tia precisava só conversar com a gente não nos colocar pra fora. Esse acontecimento me proporcionou experiência. Mediar conflitos é um desafio. Com carinho Marilda Sotomayor.
São Gonçalo, 23 de outubro de 2020 Prezadas Heloísa e Mariana, O encontro sete de hoje mexeu muito comigo, me fez lembrar alguns episódios bem marcantes. Que se acontece hoje com certeza eu teria muito mais propriedade para tratar, falar e também muitos referenciais teóricos. A minha ficha acaba de cair de como a faculdade me fez amadurecer profissionalmente. Os dois episódios aconteceram com crianças bem pequenas e por conflitos com mordidas, inclusive tive que depor para justiça por um deles. Que graças não deu em nada, afinal foi entendido que os conflitos fazem parte da construção do individuo. O caso mais marcante aconteceu na primeira escola em que trabalhei, tínhamos uma turminha mista com 15 crianças, de um a três anos, eu e mais uma professora. Tinha uma menininha de 1 ano e pouco que estava iniciando suas descobertas e a sua interação social, a mesma começou a ter reações de conflitos com os amigos como puxar cabelo e morder. Às vezes nem tinha disputa por brinquedo, a mesma só passava e mordia. Mas então como conversar com um bebê? Nós conversávamos e tínhamos uma atenção redobrada, mas sabíamos que todo o processo dava se ao seu desenvolvimento. Não podíamos piscar que acontecia um conflito. Lembro- me de todos os dias conversar com as crianças na rodinha, levar fotos e fazer acordos. Conversei muito com a família para não incentivar as brincadeiras de mordidinhas que muita das vezes os pais fazem com os pequenos. A mãe me relatou certo desespero, pois as mordidas aconteciam em todos os lugares, nas festinhas, na escola ou quando brincava com os primos. Nenhum familiar gosta de chegar para buscar a sua criança e saber que a mesma foi mordida. Quando acontecia era um caos total, a diretora nos culpava e os pais queriam nos agredir, até fizemos uma reunião com os responsáveis para esclarecer sobre a fase do desenvolvimento, mas foi uma péssima ideia. Crucificaram a família da criança, por mais que nós professoras não contássemos o nome da criança os maiores falavam. A direção da escola depois de encaminhar a criança a uma psicóloga convidou a mãe a retirar a sua filha por um tempo da escola para evitar problemas maiores. Afinal alguns pais ameaçavam tirar os filhos. E se fosse ao contrário, o filho deles mordessem? Mas eles não compreendiam e a direção tomou um posicionamento errado a meu ver. Contudo eu achei aquilo um absurdo e não podia ser conivente com tal situação e solicitei meu desligamento da empresa. Um grande abraço, Helena Kolody.

Enquanto professora de educação infantil sempre vivenciei conflitos entre as crianças, e as mordidas sempre foram os mais complicados de resolver. Nós sabemos que isso é algo que acontece nos primeiros anos na escola, mas muitas famílias não compreendem, cabe o professor nesta situações estar por perto para evitar as mordidas e caso ocorra, conduzir da melhor maneira possível, sem expor a criança que morde. No ano de 2017 dei aula para uma turma que resolvi mediar os conflitos através das conversas. As crianças tinham 5 anos e toda vez que acontecia algo, pedia às crianças que falasse uma para outra o que sentiram. No decorrer do ano quase não havia mais conflitos e as crianças resolviam os conflitos sem minha intervenção.

Adriane Ribeiro Rosa

Meu objetivo com essa carta é compartilhar com vocês sobre os conflitos que são vistos ainda hoje nas escolas e que são vivenciados por nossos alunos em diversos momentos e contextos no ambiente escolar. Infelizmente, esses alunos trazem uma variedade desses conflitos de seus próprios lares. O docente tem que mediar esses conflitos e trazer soluções para a harmonização de convivência nesses espaços. Para começar, fui mediadora de um conflito que marcou a minha vida docente. Um aluno apresentou sinais de agressividade, ou seja, quando chegava na sala de aula resolveu agredir um colega de classe por motivo tolo ou porque não aceitava não como resposta. Isso ocorria diariamente. Eu conseguia acalmar a situação por um instante, o que atrapalhava a dinâmica da aula. A coordenação convocou os pais para uma reunião, em que ficou esclarecido que existiam vários conflitos envolvendo os responsáveis e a criança. Infelizmente, os responsáveis não pareciam estar dispostos a tentar resolvê-los. Desse modo, a solução encontrada foi encaminhar o aluno para um especialista. Porém, nada foi feito até porque não dependia só da escola e do professor. Desse modo, entendi que os problemas que acontecem nos lares dessas crianças e são muitas vezes provocados pelos adultos que não aprenderam a solucionar esses conflitos. Por isso, eles não sabem lidar com situações de conflitos gerados também pelos seus filhos. Assim, é importante o papel dos pais entenderem que essas crianças são seres individuais com personalidades únicas e em concordância com a escola trazer soluções para melhorar o comportamento deles. Neste caso, cabe ao professor mediar situações problemas e juntos com os alunos compreenderem a importância de convivência saudável no espaço escolar.
Maria Bethânia
MARICÁ, 27 DE OUTUBRO DE 2020 Um conflito que vivenciei dentro da instituição de ensino o qual trabalhei numa escola pequena, com uma turma do terceiro ano do ensino fundamental, repleta de alunos com defasagem série-idade foi o fato que a escola tinha regras onde cada aluno tinha a sua fileira e carteira com mesa para sentar. A regra era que todos os dias eles deveriam sentar no mesmo lugar, apesar de eu não concordar com isso, achei que seria um fator mais simples que me facilitaria memorizar os nomes das crianças. Então, eu fiz um desenho no meu caderno colocando o nome de cada aluno de cada fileira, para assim, chamar os alunos pelos nomes, pois eu sabia que na primeira fileira na terceira cadeira sentava o aluno X. Após algum tempo eu permiti que eles mudassem de lugar caso o proprietário da mesa e cadeira não reclamasse seu direito ou não viesse naquele dia, e assim começou o conflito com o aluno mais velho da turma do terceiro ano do ensino fundamental de 13 anos que me pediu se poderia sentar mais perto de mim e eu permiti, ficou calmo por duas horas até que a aluna Y resolveu pegar a suposta mesa e cadeira dele(lugar onde o aluno X sentava) para ela usar naquele dia e o aluno X levantou e foi brigar com a aluna Y. O aluno X gritava e puxava a mesa e a cadeira da mão da menina e eu o mandava soltar e ele me ameaçou dizendo que eu não sabia com quem eu estava me metendo, que eu iria ver só. Tive que intervir, o mandei voltar a ficar sentado no lugar perto de mim o qual ele havia pedido e devolver a mesa e a cadeira a aluna Y, pois o que estava acontecendo era por culpa dele, ele havia saído do lugar dele e deixado vago para outra pessoa sentar. Não gostou, esbravejou, mas por fim obedeceu. No dia seguinte voltou a sentar no lugar dele e compreendeu que quando ele trocava de lugar não tinha mais o direito de fazer reclamações.
Elis Regina
Lendo a proposta desta carta, me deparei com a reflexão de que nós, adultos, muitas vezes julgamos as crianças como incapazes de resolverem seus conflitos, e já intercedemos com a “resposta pronta” para que eles resolvam o quanto antes as suas questões, para então, prosseguirmos com a “aprendizagem curricular” da aula. Mas ao estimular as crianças a resolverem seus próprios conflitos, estamos contribuindo para o bom desenvolvimento pessoal, de raciocínio e de pró atividade delas. Se não praticarem a pensar nos seus conflitos e buscar soluções quando pequenos, ao chegarem à vida adulta, poderão entrar em pânico mediante às suas questões, pois já não terão todo o amparo que tinham quando pequenos. Uma vez, na escola em que eu trabalhava, duas crianças disputavam enfurecidas a posse de uma massinha da cor preta. Fiz menção de interferir, mas antes que eu pudesse, uma das crianças dividiu ao meio a porção de massinha, compartilhando com a outra. Que bom que não tive tempo de intervir, pois o sorriso de satisfação e orgulho que ambas esbanjaram, talvez não tivesse sido exposto, caso eu articulasse minha ação.
Cristina Ortiz
Bom dia! vou contar três memórias minha no tempo de escola. Uma eu participei e duas eu estive presente. A primeira foi minha e de minha irmã (Jéssica). Pelo fato de ter estudado todo fundamental 1 e 2 na mesma sala que ela, houve um tempo em que brigávamos muito na escola e a professora entrou em contato com a minha mãe, que resolveu do jeito que ela costumava resolver...rsrsr...a escola só contatou minha mãe depois de algumas tentativas fracassadas de apaziguamento. A segunda, foi na quarta série entre minha irmã e uma amiga nossa, quando a Celly entrou na escola ela e a Jéssica brigavam muito, então a professora as colocou juntas, eis que depois ela teve um outro problema, elas se tornaram amigas e não paravam de falar..srsrs...passaram de não se suportar a se amar em questão de algumas aulas. A terceira e a pior, foi a do irmão de uma colega de classe, seu irmão de uns 6 ou 7 anos não me lembro bem brigou com o coleguinha na escola, a mãe do menino entrou na escola, segurou o irmão desse meu amigo e deixou o filho dela bater, sem dar a possibilidade do garoto se defender, o meu amigo tomou a posição de irmão mais velho e agrediu a mulher, todos foram parar na secretaria, sinceramente não lembro o desfecho da história...essas foram as relações de conflitos que eu vivenciei na escola. Nas três situações o papel do professor e da escola foi importante.
Elisa Frota Pessoa
Neste momento não me recordo de nenhum conflito significativo que tenha ocorrido na escola. Claro que impasses nas relações das crianças sempre ocorrem, seja pela disputa de um brinquedo, seja pela companhia de um colega. O que vou compartilhar com vocês é a minha postura frente a esses acontecimentos. Eu só faço intervenção quando temo pela integridade física de uma delas. Assumo esta postura porque gosto de observar como as crianças reagem à essas situações. Às vezes, uma terceira criança faz a mediação eles conseguem se entender. Quando preciso mediar, gosto de acalmá-los, fazendo-os sentar, respirar, beber um pouco d'água e imediatamente depois converso com os envolvidos, procurando entender o que aconteceu e fazendo-os perceber que existem outras formas de ser resolver o que não nos agrada sem deixar ninguém nervoso. Enfatizo a importância do exercício do diálogo e de se aguardar pelo tempo do outro. Não é magico, não é fácil. É todo o dia, o dia todo, mas sigo tentando. Abraços fraternos, Lygia Bojunga Maricá, 28 de outubro de 2020
Ainda não trabalho na educação infantil, porém lembro- me que quando criança vivenciei uma situação de conflito quando estava na antiga primeira série! Estudava em uma turma com 33 crianças e eu tinha estojo com canetas florescentes e um colega pegou todas as minhas canetas afirmando ser dele, sendo que minhas canetas eram todas etiquetadas! Eu chorei que queria as minhas canetas. A professora conversou e perguntou o porquê o amiguinho achava que as canetas eram dele e o convenceu de me devolve-as e pedir desculpas . Hoje lembrando desta cena tenho uma nova percepção sobre atuação da professora. 
Angela Lago
Os conflitos nos ajudam a entender como pensam e como agem as crianças diante de algumas situações. Em alguns casos, como disputa de brinquedos, primeiro observo se são capazes de resolver entre eles e, caso não consigam, interfiro mostrando a importância de esperar e ceder, dizendo que existe outros brinquedos interessantes e oferendo possibilidades. Mas enfatizando que, depois poderão fazer a troca dos brinquedos ou mesmo, brincarem juntos, compartilhando e interagindo, descobrindo novas formas de brincar e aprender.
Cecília Meireles
Conflitos no cotidiano da Educação Infantil são comuns. As crianças costumam resolver os próprios conflitos sem intervenção. No entanto, alguns responsáveis tem dificuldade de entender que o conflito faz parte da construção da identidade da criança. Geralmente, os problemas maiores nessas situações são alguns pais que vão na escola reclamar que a professora não tomou atitude ou querendo saber quem foi a criança envolvida na situação já resolvida. Tive um caso de uma menina super tranquila, um amor...os pais, porém, estavam sempre na escola arrumando confusão. A aula de educação física era a que mais questionavam. Diziam que a filha comentou que o amigo não deu a bola, que a corda de pular bateu no rosto dela...sempre tinha um episódio! A agenda dela, diariamente, tinha um caso relatado. Um dia, um amiguinho apertou a bochecha dela e logo ficou vermelha, pois tem a pele bem clara. Na hora, ela reclamou com ele, mas continuaram brincando juntos. Relatei o ocorrido na agenda e avisei a mãe na saída quando foi buscá-la. Não tinha mais vermelhidão, mas achei melhor explicar pessoalmente além da agenda. O pai quando soube, imediatamente, entrou na escola e quis falar com a direção. Ameaçou a diretora, fez um escândalo...até polícia teve que ir na escola para retirá-lo. A menina estava apavorada, coitada. Não estava entendendo a proporção que a situação havia tomado. Por fim, os pais tiraram a menina da escola que estava super adaptada, brincava e interagia muito bem com os amigos, além do trauma e susto que a fez passar pois gritava na frente dela como se tivesse sido espancada na escola e nada havia sido feito. Nesse sentido, o texto foi muito bom para refletirmos sobre a autonomia e potencial que as crianças tem em resolver seus próprios conflitos e o quanto essas situações as potencializam e as constituem como sujeitos de relação que constroem e produzem cultura, que conhecem a si, ao outro e mundo em que vivem.
Raimunda Putani Yawnawá
Não consegui recordar no momento nenhuma situação de conflito especificamente na educação infantil, vou escrever a situação que me veio primeiro a mente quem sabe no decorrer da escrita eu me lembre de alguma outra situação especificamente na educação infantil. O conflito que me lembrei aconteceu com minha turma do segundo ano do fundamental, eu já estava em meu segundo ano com a turma então já nos conhecíamos bem, o grupo já tinha bem estabelecido as regras e os combinados, um dos acordos era manter a sala e os materiais sempre organizados para nosso bem estar e porque além disso dividíamos a sala com a turma da tarde. Porém diariamente chegávamos a escola e encontrávamos tudo bagunçado, não encontrávamos sujo pois as serventes faziam a limpeza das salas no final do expediente, mas os materiais que ficavam expostos em geral materiais de uso coletivo, prateleira de livros e brinquedos estavam sempre fora de ordem. E o pior é que os livros e revistas além de ficarem fora do lugar estavam rasgados. Todos os dias as crianças reclamavam e conversavam entre si sobre a situação, até que um belo dia elas resolveram escrever uma carta para a turma da tarde. Todas arrumaram a sala que neste dia ficou especialmente mais bagunçada, escolheram a Maria Clara como escriba do grupo e foram ditando o texto. Não me recordo exatamente, mas posso em outro momento encaminha a fotografia. Lembro que eles disseram que as crianças poderiam usar os livros, mas que deixassem tudo em ordem. No final todos assinaram e fixaram o bilhete na prateleira dos livros. Daquele dia em diante encontramos a turma organizada. Como eu imaginei, após escrever o relato acima lembrei de outra situação que aconteceu na educação infantil. Sou professora da sala de recursos, mas como trabalho na educação infantil é muito comum eu participar da rotina das crianças no grupo de referência, além de aumentar o vínculo com a criança este convívio me dá pistas de como trabalhar com elas no atendimento individualizado dentre outras questões que corroboram significativamente no trabalho da sala de recursos. Neste dia eu estava no GREI 04 que tinha duas crianças que eu atendia, uma menina e um menino, eles pareciam cão e gato e ao mesmo tempo se amavam, se fosse na minha época de criança iriam dizer que os dois "vão se casar quando crescer"...kkkkk Era o momento da rodinha, menino estava brincando com um brinquedo e a menina com um outro, até que ela quis o brinquedo que estava com ele, a menina começou a gritar e chorar e a professora arrancou o brinquedo da mão do menino e deu para ela e então ele começou a chorar. As crianças que estavam na rodinha ficaram com os olhos arregalados olhando para professora até que um dos coleguinhas da turma pegou um outro brinquedo e deu para o menino que estava chorando. Este foi um exemplo que a intervenção do adulto mais atrapalhou do que ajudou e que as crianças que não estavam envolvidas no conflito solucionaram.
Mallu Magalhães
Curitiba, 31 de outubro de 2020. Pensando no tema deste nosso 7º encontro fiquei por horas refletindo como os conflitos são importantes e nos ajudam, ainda que já adultos, a compreender nossa forma de estar no mundo. Pensando em conflitos especificamente entre as crianças, lembrei de um episódio acontecido a pouco, durante a coleta de dados de minha pesquisa sobre jogos da Educação Infantil. Quando fui conversar com a professora da turma, ela me contou sobre as observações que ela havia feito sobre os conflitos entre as crianças. Segundo ela, depois do intensivo trabalho com os jogos, que por sua vez envolviam muitas regras e combinados, as crianças perceberam que esse tipo de “acordo” facilitaria a vida delas durante as outras propostas. Assim, os conflitos e disputas diminuíram significativamente, pois as crianças realizavam acordo antes do início das brincadeiras, por exemplo, já deixando claro quem seria quem no jogo de papéis ou quem ficaria com este ou aquele brinquedo. Esses “acordos” prévios, além de diminuir a existência dos conflitos, ajudaram as crianças a resolverem com mais autonomia e independência aqueles que não eram evitados. Esse relato, me deixou com o coração pedagógico aquecido, pensando no quanto as crianças são muito mais capazes do que podemos imaginar. E mostra como as experiências por elas vividas vão incorporando novos gestos e novas atitudes, ajudando elas a entenderem o mundo que as cerca e assim encontrar o seu lugar nele. Este é um tema muito interessante, o qual gostaria muito de aprofundar minhas leituras e descobertas. Obrigada pela oportunidade. Abraços Maria Quitéria.
Na educação infantil os conflitos são muito comuns. Na minha vivência no maternal I, onde a linguagem oral está começando a se fazer presente com mais assiduidade, o maior conflito é por brinquedos. Sempre tem um brinquedo mais atraente que outros, que são os disputados por toda a sala. No maternal I, os primeiros conflitos sempre sofrem intervenção dos educadores, pois nessa fase, a mordida é uma forma comum de se defender e garantir suas vontades. Entretanto, depois das primeiras intervenções, eles conseguem arrumar soluções para dividirem o brinquedo. Algumas educadoras que trabalho, com medo da represália das mães em caso de mordidas, não deixam esses conflitos se resolverem naturalmente. O resultado catastrófico desse processo é que imediatamente ao terem algum problema, recorrem as educadoras sem, ao menos, tentarem solução sozinhos.
Fernanda Young